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Writer's pictureThomaz Lopes

Saúde no Trabalho: Fatores Biopsicossociais

Updated: Apr 20, 2020


As doenças ocupacionais, são subdivididas em três vertentes principais, são elas, a física, a psíquica e a social, tendo influência uma na outra diretamente. A maneira como o indivíduo entende o trabalho, pode gerar patologias intensas simplesmente pelo fato de ser considerado, em muitos casos, como algo penoso e negativo, no caso de uma outra visão, mais saudável, o trabalho considerado como motivador e positivo, pode gerar benefícios a saúde.

Em momentos em que o trabalhador se encontra em situação de risco, o mesmo colabora para seu próprio adoecimento, havendo assim a ocorrência de sinais e sintomas, o mesmo pode vir a receber uma melhora caso a situação seja alterada, assim restabelecendo uma posição saudável ao trabalhador. Em outra vertente o trabalhador pode ser considerado o desencadeador de características patológicas caso haja uma pré disposição do mesmo, vindo a tona em situação de trabalho, podendo ser alterada não apenas pela mudança no contexto organizacional mas também com a mudança do próprio indivíduo ao procurar se restabelecer.

Desta forma pode ser considerada como doença ocupacional biopsicossocial, toda aquela que gera problemas ao campo físico, psíquico e social em que há relação com o contexto organizacional, desta forma cabe às empresas gerar ações que busquem compreender a saúde do trabalhador como algo primordial para evitar futuros casos de afastamentos e absenteísmo, além de garantir a promoção à saúde da própria organização.

Através da teoria de Freud e Lower, o trabalho é considerado como fonte de satisfação, prazer e bem-estar, porém é visto que não ocorre desta forma na prática, em que, por muitas vezes, o trabalhador realiza suas atividades na organização por obrigação e necessidade. Para a abordagem psicodinâmica, o prazer gerado pelo trabalho, produz saúde ao indivíduo, em que o mesmo se sente útil e socializado, porém estudos tem sido realizados que mesmo havendo estes sentimentos, não impede que o trabalhador sinta se insatisfeito com alguma situação, ou seja, ele pode sentir prazer no trabalho e não concordar com algum determinante da organização, gerados por processos mentais considerados saudáveis, pelo fato de compreender as necessidades de mudanças.

Também é estudado o conceito de bem-estar, analisando indicadores de depressão e ansiedade como problemas que podem ou não ter relação com o trabalho em si. O sofrimento no trabalho gera problemas a saúde, porém, ao mesmo tempo, pode gerar ações de melhorias quando é identificado o enfrentamento e não a adaptação, desta forma pode ser compreendido o estresse, como positivo na realização de mudanças ou ao negativo na acomodação e aceitação sem nenhuma disposição para responder aos problemas, assim podemos analisar a síndrome de Burnout, em que o indivíduo sente se esgotado e exausto devido ao cuidado que teve em suas relações e atividades no trabalho.

Grande parte das doenças ocupacionais, nos dias de hoje, referem se de distúrbios osteomusculares, devido ao trabalho repetitivo e sem pausas, sendo comum, as dores e em muitos casos a limitação ou incapacidade dos trabalhadores realizarem tais tarefas, e as depressões, provocadas pelo estresse, relações socioprofissionais mal elaboradas e a insatisfação, gerando assim a doença como sendo ocupacional.

Conclui se que as doenças ocupacionais são multicausais, em uma relação entre o físico, o psíquico e o social, em que os três fatores tem dimensões totalmente influentes no bem ou mal estar dos trabalhadores. Cabe em primeiro lugar ao próprio indivíduo trabalhar suas questões comportamentais para que o trabalho em si possa ser algo benéfico, contudo ao mesmo tempo cabe as organizações buscar para que haja qualidade na saúde do trabalhador, estabelecendo canais que proporcionem a escuta ativa e a oportunidade de mudanças, caso necessárias.

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